A Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil (BEMFAM), desde 1979, vem realizando estudos na área de saúde materno-infantil e plunejamento familiar com base em pesquisas domiciliares. Em 1986, realizou a Pesquisa Nacional sobre Saúde Materno-Infantil e Planejamento Familiar (PNSMIPF), trabalho de referência neste campo. A Pesquisa sobre Saúde Familiar no Nordeste (PSFNe), realizada em 1991, dá continuidade a esse trabalho, procurando aprofundar as questões sobre saúde matemo-infantil e planejamento familiar na região. Esta pesquisa contou com o apoio técnico e financeiro do Macro Intemational lnc. e faz parte da segunda fase do Programa Mundial de Pesquisas Demográficas e de Saúde (DHS). A PSFNe 1991 teve como primeiro objetivo fornecer informações sobre os níveis atuais de fecundidade, mortalidade infantil, conhecimento e uso da anticoncepção, intenções reprodutivas, demanda de nticoncepção, plunejamento da fecundidade, uso de serviços de saúde materno-infantil, nutrição infantil, imunização, tratamento de doenças infantis e conhecimento sobre doenças sexualmente transmissfveis/AIDS. A partir dessas informações, pretende-se realizar análises que permitam investigar as causas da alta fecundidade e mortalidade infantil nessa região, assim como avaliar a qualidade das atenções primárias de saúde materno-infantil e planejamento familiar, com a finalidade de fornecer subsídios para a formulação e implantação de pelfticas nessas áreas. Outro objetivo da pesquisa é desenvolver formas metodo16gicas de análise dos dados coletados pela PSFNe, aprofundando alguns temas específicos. O Nordeste é uma das cinco grandes regiões do Brasil, ocupando uma área de 1.556.000 km 2, o que significa 18% da área total do pais. Trata-se da segunda maior reginao em termos de contingente populacional, em tomo de 42 milhOes de habitantes, representando 29% do total da população brasileira. Sua economia é bastante diversificada: embora voltada predominantemente para o setor primário (agro-pecuária, pesca e extração) possui dois grandes parques industriais nas regiões metropolitanas de Salvador e Recife, além de um setor terciário desenvolvido. Apesar disso, trata-se de uma das regiões mais pobres do Brasil, em conseqüência da desigualdade na distribuição de renda, e se caracteriza pelos mais baixos indicadores sócio-econúmicos e demográficos.