Em Moçambique os Inquéritos Demográficos e de Saúde (IDS), têm assumido uma importância cada vez mais crescente por se constituírem numa das fontes mais fidedignas de informação sobre saúde, principalmente no que se refere a desagregação geográfica e análise por características seleccionadas da população. Por este motivo, os seus resultados têm sido amplamente divulgados através de variadas formas de difusão. Os IDS fazem parte do programa mundial dos inquéritos designados na língua inglesas por Demographic Health Surveys (DHS), que actualmente se encontram na sua sexta fase de execução. O nosso País aderiu ao programa pela primeira vez em 1997 e desde então já fora três, o segundo em 2003 e o terceiro em 2011, realizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em parceria com o Ministério da Saúde (MISAU) e com apoio técnico da ICF International. Este tipo de inquéritos é realizado na base duma amostra de representatividade nacional, regional e de área de residência (urbano e rural) de mulheres de 15 a 49 anos e de homens de 15 a 64 anos. Estão desenhados para administrar a informação sobre fecundidade, saúde materno-infantil e características sócio-económicas da população entrevistada. Na área da fecundidade, as informações recolhidas permitem avaliar os níveis e tendências da fecundidade, conhecimento e uso de métodos contraceptivos, amamentação e outros determinantes próximos desta variável demográfica, como a proporção de mulheres casadas e/ou em união e duração da amenorreia pós parto. Investiga, ainda, intenções reprodutivas e necessidades não satisfeitas relacionadas com o planeamento familiar. Na área de saúde materno-infantil, recolhe-se a informação sobre a mortalidade materna, HIV/SIDA, DTS, gravidez, assistência pré-natal e ao parto. A nível da saúde da criança, os dados recolhidos permitem determinar as taxas e tendências da mortalidade infanto-juvenil, como também analisar os seus determinantes sócio-económicos, uma vez que são investigadas as principais causas de doenças predominantes na infância (diarreia e infecções respiratórias), imunização e estado nutricional. O inquérito regista, ainda, características sócio-económicas da população entrevistada, como: Nível de escolaridade; o acesso aos meios de comunicação; ocupação; religião; condições da habitação em relação a acesso a água, saneamento, electricidade, bens duráveis de consumo, número de divisões e material predominante na construção do pavimento. No caso do IDS 2011, recolheu-se também aspectos sobre violência doméstica, testagem e prevenção da malária e anemia nas mulheres em idades reprodutivas e nas crianças menores de 5 anos. Além do inquérito à população feminina, foi também feita uma sub-amostra de 30% dos agregados familiares seleccionados com o objectivo de entrevistar os homens para avaliar conhecimento, atitudes e práticas relacionadas com o planeamento familiar, intenções reprodutivas e comportamento face ao HIV/SIDA.